terça-feira, 5 de junho de 2007

A questão é complexa (Sobre "Era gente").

Dos leitores do Blog:



"Agradeço o envio da matéria. De fato, durante minha caminhada diária entre o trabalho e a residência já presenciei acontecimentos bem marcantes. Recentemente, em Santana, vi o guarda de uma loja e um sem teto conversando amigavelmente. O guarda pedia apenas que o sem teto não se encostasse na porta da loja, pois poderia disparar o alarme. O rapaz que parecia ser até trabalhador, já que não fica no local o dia todo, dizia que utilizava aquele ponto em frente à loja para dormir já faz algum tempo. Em outra ocasião, aqui na Rua do Ouvidor havia uma sem teto que se acomodava em frente ao prédio da Serasa e parecia muito zelosa com seus pertences. Vivia cantando quando eu lá passava em manhãs muito, muito frias. Um belo dia ela recebeu ordem para retirar-se de lá e quando a encontrei ela já estava de malas prontas e até arrumada. Quando a olhei me surpreendi e ela retrucou, com vaidade: você gostou da mudança não foi?!! Foi só então que reparei que ela poderia estar muito bem entre nós, como mais uma trabalhadora qualquer. Então, vê-se que em muitos casos são pessoas que estão lá por não terem outra opção. Realmente complexo o problema."



"Realmente, se vê muita gente nessa situação e deve até ser difícil ajudá-los. Deve haver gente boa com problemas e gente com problemas. Esta noite um desses sem teto esfaqueou seus próprios amigos, enquanto dormiam. Mundo cão, mesmo!!!!"

"Bem aqui ao lado do prédio tem um alberque, o "Cirineu". Não vi ninguém entregando cobertores. Às vezes, quando o sol está quentinho, eu tenho visto as meninas tentando tirar alguém da rua, os grupos que eu conheço e já vi outros não só entregando cobertor como também doando, servindo sopa bem quentinha, e um outro grupo da Fedara serve café ou chocolate quente com pão e manteiga, tanto que esse grupo foi proibido de fazer a entrega perto do MASP, ficamos muito chateados, pois a nossa contribuição era até muito pequena.

Mas Frid, eu sei que muitos não querem sair das ruas, aí devemos respeitar a sua escolha. Como tudo na vida é nossa escolha, não podemos acusar ninguém pelos nossos erros, essa conta particular é nossa e ninguém tasca. Cada um tem suas dificuldades mas Deus dá infinitas possibilidades e também a eternidade para acertar, vamos fazendo como uma gotinha no oceano, se está correto ou não depois nós ficaremos sabendo. OK. "

"Com certeza, ele chegou em casa tomou um belo banho, escreveu o artigo e foi dormir com tranqüilidade. Bem, a conta particular é de cada um, quando formos prestar contas, vamos ver quem terá a consciência tranqüila. Tento fazer a minha parte da melhor maneira possível, e muitas vezes não consigo concilia o sono pensando nesses irmãos sem um teto e uma cama gostosa. Escrever é muito fácil, o duro é você se dispor auxiliar alguém. Cada um fazendo o que pode, tu não achas?"

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