"Poucas coisas me despertaram tantos sentimentos quanto o filme Brasileirinho, atualmente em cartaz. E olha que o filme tem pouquíssimos diálogos e ação. É um documentário sobre uma música tipicamente brasileira, o chorinho, e 80% do filme toca música. Mas que música!
Além dos músicos serem brilhantes, o que me emocionou foi ver ali o Brasil que pode dar certo! Vemos a sinergia total da técnica e do virtuosismo com a emoção e a paixão. Se tem uma coisa que o Brasil pode tentar fazer pelo mundo é promover esta aliança: integrar razão e sentimento, profissionalismo e coração, ying e yang, homem e natureza. Chega de endeusar a técnica (como se ela resolvesse tudo) ou de cultuar nossa criatividade. O filme deixa claro que a boa música (como a boa gestão) se faz com as duas coisas, e que uma reforça a outra!
Saí do filme de alma lavada! Como disse o Veríssimo em sua crônica no Globo, vemos no filme a verdadeira ELITE brasileira: branca, negra, mulata, jovem, idosa, neste verdadeiro caldeirão cultural que é visto por muitos como nossa fraqueza, mas qúe pode ser exatamente a nossa maior força!
Claro que minha emoção pode ter a ver com meu momento pessoal, mas estou em boa companhia. O Arnaldo Jabor disse que saiu do filme "emocionadíssimo!" e o Veríssimo escreveu que "quem não se emocionar deve procurar o médico, pois deve estar morto!".
Portanto, vejam o filme e divulguem para seus amigos.
Um comentário:
É, assim fica mesmo muito difícil, mas aguarde que logo o filme sobre a polícia do Rio (BOPE), feito pela Globo, vai estar em todos os cinemas e todos os horários, e só mostrará mundo cão, com certeza.
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