Senado derruba sessão secreta e 'demite' ministro
Duas semanas depois de absolver Renan Calheiros no escuro, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira (26) o fim das sessões secretas. Deu-se, ironicamente, numa sessão presidida pelo próprio Renan. Não houve quem ousasse manifestar oposição à idéia.
O presidente do Senado não foi o único a amargar constrangimentos. Na mesma sessão, o Senado impôs uma derrota também ao governo. Rejeitou, por 46 votos contra 22, a medida provisória que criou a Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República. Considerou-se que não era nem "urgente" nem relevante."
A decisão teve o efeito de uma demissão. Uma não. Várias. Três meses e dez dias depois de tomar posse, o secretário Roberto Mangabeira Unger, a quem Lula atribuíra status de ministro de Estado, foi, na prática, posto no olho da rua pelo Senado. Junto com a função do professor Mangabeira –que abandonara uma cátedra em Harvard para integrar-se a um governo que chamara de "o mais corrupto da história"—, foram anulados os outros 660 cargos que o governo pendurara na mesma medida provisória.
A oposição festejou a queda da medida provisória como uma reafirmação da autoridade do Senado. Porém, o gesto oculta inspirações bem menos nobres. A secretaria de Mangabeira foi ao lixo com os votos de PSDB e DEM. Mas quem a transformou em monturo foi o PMDB. Algo que levou peemedebistas e petistas a trocar farpas.
No PMDB, nada se perde e nada se transforma. O partido, cedo ou tarde, sempre corresponde às expectativas de um governo que, embora aliado, não confia integralmente nele. A rejeição da medida provisória anulou gastos de R$ 25 milhões em 2007 e de R$ 44 milhões em 2008.
A insurreição do PMDB pode custar muito mais. A legenda informou a Lula que quer mais cargos e mais verbas. De resto, se não quiser devolver Mangabeira a Harvard, o governo terá de encontrar uma saída jurídica para reempregá-lo, restituindo, ao menos parcialmente, os gastos anulados. A Casa Civil já providenciava, na noite desta quarta, a destituição do ministro e dos ocupantes dos outros cargos extintos. Simultaneamente, estudava o que fazer.
EM RESUMO:
NA INDECENTE POLÍTICA BRASILEIRA, O MANGABEIRA E SEUS CUPINCHAS PODEM TER PERDIDOS SEUS CARGOS TANTO POR INCOMPETÊNCIA DA BASE ALIADA, POR "TROCO" DO RENAN CONTRA A PRESSÃO PARA SAIR DO CARGO, QUANTO POR INFLUÊNCIA DO PRÓPRIO LULLA, VINGANÇA TARDIA DE SER CHAMADO DE O MAIS CORRUPTO DA HISTÓRIA.
NÃO TEM CHANCE DE MELHORAR!!
José FRID
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