terça-feira, 1 de julho de 2008

A Evolução Natural aos 150 e seu avô que era macaco

"No dia 1º de julho de 1858, cientistas de todo o mundo já sabiam que a Evolução Natural havia ocorrido. A prova estava em fósseis de seres extintos e alguns evidentes ancestrais de seres ainda vivos. O que ninguém sabia era como acontecera.

Pois foi que, naquele 1º de julho – há 150 anos, hoje – emissários dos naturalistas Charles Darwin e Alfred Russel Wallace leram perante uma seleta de notáveis uma detalhada descrição do processo da Seleção Natural das Espécies. Ambos haviam chegado à mesma conclusão independentemente. Naquele dia, Wallace estava na Malásia e Darwin no interior da Inglaterra.

O velho Darwin já tinha chegado à conclusão de que havia um processo de Seleção Natural após sua extensa viagem ao redor do mundo. Isso fazia 20 anos. Mas guardara as conclusões para si. Wallace, por sua vez, era jovem e teve o insight revolucionário durante um longo período de febres causadas pela malária. Quando o jovem enviou um paper rápido para o mestre avaliar se achava que valia d'algo, o velho tomou um susto. Tirou das gavetas seu extenso trabalho e convocou de presto a reunião.

Não o fizesse, outro levaria a fama da descoberta.

O público que ouviu as idéias de Darwin e Wallace no salão principal da Linnaean Society de Londres, há século e meio, não era composto de cientistas. Apenas por gentlemen curiosos. Foram horas de leitura de muitos artigos, lá no meio as 18 páginas sobre a evolução. Saíram todos atordoados sem terem entendido muito do todo. Ao fim do ano, quando o presidente da Sociedade, Thomas Bell, redigiu seu relatório, tratou de explicar que aquele ano de 1858 'não fora marcado por nenhuma dessas descobertas impressionantes que revolucionam a ciência'.

Pois é.

Mas vivemos todos num mundo darwinista."

Pedro Doria - http://pedrodoria.com.br/

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