quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A viúva na fila do banco, véspera do Dia dos Pais



- Fica quieto, garoto!
- A senhora não quer passa a minha frente?
- Não precisa, moço. Ele que quis vir, agora vai ter que aguentar.
- Ele gosta de bancos?
- Não é isso. Vamos na Vinte e cinco comprar presente para o Dia dos Pais.
- É domingo agora, não.
- Isso. Preciso pegar o dinehiro da pensão do meu marido.
- Ele está a posentado?
- Não, morto.
- Tão nova e já viúva?
- É a vida. A gente não espera isso. Foi de repente.
- Com criança pequena é chato ....
- Este é de outro, do que eu moro junto hoje. O órfão está na escola.
- E como fica no Dia dos Pais?
- Compro dois presentes para eles darem ao pai.
- Mas não é chato seu filho dar presente para outro que não é pai dele?
- Você sabe de que morreu meu marido?
- Não. Doença?
- De tiro!
- Tiro? Chato, né? Não se tem mais segurança para andar na cidade ...
- Não é nada disso.
- Não foi assalto, polícia, bala perdida, essas coisas?
- Não. O infeliz morreu baleado pelo marido da mulher que ele estava comendo.
- Não diga!
- É, o corno chegou, viu e matou ele. Merecido. O safado estava me traindo .... pelo menos deixou pensão!

José FRID

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