A senhora imaginava que chegaria aonde chegou?
Não, a minha vida nunca foi planejada, sabe? As coisas acontecem comigo quase por acaso. Nunca planejo nada. A única decisão que efetivamente tomei na minha vida foi: vou escrever o meu livro sobre Espinosa.
Esse acidentalismo da vida pessoal pode ser transferido também para a história?
As coisas que me acontecem só acontecem porque eu sou do jeito que sou; ou seja, há dados na minha própria personalidade ou na minha própria história que me levam a entrar nas coisas. Então não há acaso na história. Eu acho que frequentemente a gente não percebe os fios da necessidade, que tendem a ficar ocultos. Nesse ponto eu sou profundamente espinosista: tudo é necessário.
Marilena Chauí
Entrevista para a Revista Cult
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