sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre nomes II


Astolfo, Robervaldo, Wanderley Cardoso, Ronald, José, Hamilton, Samarone, etc


Samarone?


Sim, Samarone. Filho de tradicional família maranhense. Ele mesmo não sabia de onde o pai tinha tirado tão bela palavra italiana. Quando ele se apresentou com o seu exótico nome fiquei matutando de onde conhecia alguém assim chamado. Remoendo as memórias, lembrei-me que no meu passado futebolístico carioca havia um "Samarone", jogador do Fluminense, terror das defesas adversárias em função do seu potente chute. Samarone e Cafuringa, recordei.


Perguntei-lhe se o pai gostava do futebol carioca e qual a sua idade. "Sim, adora. Trinta e seis."


Fiz a conta e seu nascimento batia mais ou menos próximo do meu período ludopédico. "Seu nome é homenagem a um jogador tricolor dos anos 70", afirmei. Um carioca vestido com a camiseta do Fluminense, que escutava nossa conversa, confirmou minha conclusão, complementando com detalhes de jogos, escalações, gols, etc., aquelas coisas chatas de torcedor fanático.


Samarone agradeceu, mas disse que havia só um problema com aquela hipótese: o pai, como todo bom ludovicense, era flamenguista roxo, logo não iria homenagear um jogador tricolor!!! Diante de tão grande contradição futebolística, ficaram irresolvidas as origens do seu nome.


Passado uns dias, diante do computador, a questão surgiu na minha mente. Ativei o Google e logo o jogador Samarone apareceu, inclusive com fotos com a camisa tricolor. Bati um olho sobre os sites indicados, todos o colocando no Fluminense, time que parece ter sido o ponto alto de sua carreira. O mistério continuava, pois não existiria a menor chance de um rubronegro homenagear um pó-de-arroz.

Uns dos sites (Sempreflu) trazia uma entrevista com o dito cujo. Resolvi lê-la para relembrar aquelas tardes de domingo, eu e meu pai no Maracanã, ele que particularmente odiava todos os tricolores. Um dos motivos estava na entrevista: Fluminense campeão em 69, 3 a 2 sobre o Flamengo, na frente de 175 mil espectadores! Creio que nós dois estávamos entre eles, para nossa decepção. Assim, realmente não dava para imaginar o pai do Samarone homenageando um maldito jogador tricolor.


Apesar dessa triste lembrança, persisti na leitura da entrevista: depois da Copa do Mundo de 70, o Fluminense contratou o Zagallo e a Comissão Técnica do Tri para preparar o time para a Libertadores de 71. Entretanto, o tricolor foi eliminado logo na primeira etapa, seguindo em frente o Palmeiras. Samarone acabou se desentendendo com o Zagallo e foi para o Corinthians, no qual ficou só seis meses, pois retornou ao Rio de Janeiro contratado pelo ...... Flamengo!!!


Samarone camisa dez do Flamengo, com Zico, um mirrado jogador, começando a se afirmar vestindo a camisa nove. Mistério resolvido!


O Samarone maranhense pode se orgulhar do seu nome, homenagem a um jogador conhecido também como "Diabo Louro" e "Pelé Branco", dono de um chute potente que ficou famoso como "Os canhões de Samarone", em referência ao filme de sucesso na época "Os Canhões de Navarone".


Mas viram a confusão que dá abandonar o santo do dia?


José FRID


(Curioso para saber por que o jogador se chama Samarone? Eu também, pois seu nome de batismo é Wilson Gomes, nascido em Santos, 13 de março de 46, dia de Santa Eufrásia)


(Ludovicense? Parece pedantismo Sarneyano, não? É quem nasce em São Luis. O motivo é a herança francesa na cidade, já que Luís em francês é Louis, que provém do germânico Hlodoviko, que em português é Ludovico. Complicado, não? Na dúvida, opte pelo também correto são-luisense)


(Veja foto do Samarone com o Zico clicando aqui ou mais abaixo)



6 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom frid! Rs.

L.

Anônimo disse...

Bom dia Frid!

Quando li sobre os nomes de santos, fiquei também interessada no nome Samarone.

Eu conheci nos tempos de faculdade um moçoilo (é assim que escreve?) com esse nome.

Ele se chamava "Zeca Samarone" e morava em uma casa em estilo colonial americano (belíssima) em frente ao Joquei Club de São Paulo.

Um grande abraço e tenho acompanhado seu desempenho nas corridas, pois
meu atual chefe também é corredor.

MP.

Metamorfose Ambulante disse...

Ele deve pertencer à família Samarone, que era dona de uma cerâmica no Ipiranga, tão rica que construiu um "castelo" na região.

Nos fundos da fábrica tinha uma lagoa, surgida pela retirada de material para a cerãmica, denominada de lagoa Samarone, à beira da estrada de ferro Santos Jundiaí.

O Samarone maranhense não conhecia o jogador e pelo Google achou a lagoa, que pensava ser em Jundiaí.

Mas é mais razoável o pai maranhense homenagear um jogador famoso do que uma família italiana.

Quanto às corridas, fiquei parado dezembro e janeiro, retornando agoar em fevereiro. Meados de março tem corrida!!

FRID

Anônimo disse...

Caro Frid,

acho q está na profissão errada ou, quem sabe. está na hora de uma mudança de área, hem.

Se vc trabalhasse em seções de crediário, viche, ficaria maluco com os nomes estranhos com q de depararia.

Bem, caso se interesse, os cafés filosóficos voltarão a partir desta primeira quinta, como era.

A peça do Clôvis Torres - Convite de Casamento - também voltou a ser apresentada aos sábados e domingos, às 16 horas, no Teatro Augusta. É possível q nem se lembre de quem é o Clóvis. É um dos criadores e coordenadores do Letras em Cena, juntamente com a Marina Mesquita.

Z.

Anônimo disse...

Eu lembrava do Samarone no nosso fregues Fluminense . Achei essa na Flapedia

O Galinho ainda era um “pinto”.



Obrigado e um grande abraco Rubro Negro!



Hoje empatamos com o temivel Olaria (3X3) e nos classificamos.

R.

Metamorfose Ambulante disse...

Eu também, como disse no texto.

É que o ápice da carreira dele foi no Fluminense e contra o Flamengo!!

A gente gravou a parte ruim.

No Flamengo ele ficou pouco e pouco fez.

Um abraço

FRID