Do veludo de minha voz
Umas calças pretas mandarei fazer.
Farei uma blusa amarela
De três metros de entardecer.
E numa Nevski mundial com passo pachola
Todo dia irei flanar qual D. Juan frajola.
Deixai a terra gritar amolengada de sono:
"Vais violar as primaveras verdejantes!"
Rio-me, petulante, e desafio o sol!
"Gosto de me pavonear pelo asfalto brilhante!"
Talvez seja porque o céu está tão celestial
E a terra engalanada tornou-se minha amante
Que lhes ofereço versos alegres como um carnaval
Agudos e necessários como um estilete pros dentes.
Mulheres que amais minha carcaça gigante
E tu, que fraternalmente me olhas, donzela.
Atirai vossos sorrisos ao poeta
Que, como flores, eu os coserei
À minha blusa amarela!
(1913)
Vladimir Maiacovski in "Antologia Poética", tradução de E. Carrera Guerra, Editora Max Limonad Ltda., segunda edição, 1983
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5 comentários:
Olá, amigo!
Quando tu terminares de confeccionar tua blusa amarela, mande um pedaço do pano para que eu possa fazer a minha.
Valeu, linda.
Beijos no teu coração.
M.
Você quer amarelo entardecer ou amarelo raiar do sol?
FRID
Assim é bom começar a semana!
R.
Sempre às ordens!
FRID
Oi, amigo!
Com certeza a que ficares linda nesta menina-moça, ha,ha,ha,ha.
Beijos.
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