segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Retrato - Cecília Meireles

 



Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.


Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.


Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?



Cecília Meireles (via Rubens Jardim)

7 comentários:

Anônimo disse...

É a vida!

Margarida

Anônimo disse...

Belíssima!
òtima semana para você!

Fátima

Anônimo disse...

Gostei desse...triste mais gostei

Fernanda

Anônimo disse...

Muito boa!!

Henrique

Anônimo disse...

Fiquemos atento em nossos dias Maravilhosos!

Lincoln

Anônimo disse...

Caramba, você de novo com esse tom de tempo passado! Desse jeito vou ficar deprê. Ou não.
Talvez a constatação de que todos se sintam assim, me conforte.
Amanhã vou mandar flores pela primavera (um dia antes).

Good night
Beth

Metamorfose Ambulante disse...

Depois que enviei esta poesia é que vi que ela se relacionava com a da outra semana! Mera coincidência? Uma vi em Porto Alegre no quarto do Quintana; a outra li num artigo sobre poetisas brasileiras meio esquecidas.

Acho que vou fazer uma crônica sobre essa coincidência e seus significados ocultos!!!

A primavera está chegando!!

FRID